segunda-feira, 13 de abril de 2015

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A Bula explica as motivações do Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia e indica as directrizes para vivê-lo da melhor maneira

Notícia publicada em 13/04/2015.
Papa Francisco publica Bula Rosto da Misericórdia
Neste sábado dia 11 de abril, foi proclamado oficialmente pelo Papa Francisco o Jubileu da Misericórdia que se iniciará em 8 de dezembro de 2015 e terminará em 20 de novembro de 2016. Junto da Porta Santa na Basílica de S. Pedro foi publicada a Bula intitulada Misericordiae Vultus (o Rosto da Misericórdia). Nela o Papa explica as motivações por detrás do Ano Jubilar e indica as directrizes para vivê-lo da melhor maneira.
Já no interior da Basílica, nas vésperas do Domingo da Divina Misericórdia, o Santo Padre afirmou que este não é o “tempo da distração” mas de os cristãos estarem vigilantes e olharem para o “essencial”, este é o tempo da Igreja “ser sinal e instrumento da misericórdia do Pai”.
A Bula divide-se basicamente em três partes: na primeira, o Papa Francisco aprofunda o conceito de misericórdia; na segunda, oferece algumas sugestões práticas para celebrar o Jubileu, enquanto que a terceira parte contém alguns apelos. A Bula termina com a invocação a Maria, testemunha da misericórdia de Deus. Durante as Primeiras Vésperas, uma cópia da Bula será entregue pelo Papa aos representantes da Igreja espalhada em todo o mundo
O Santa Padre sublinha antes de tudo que a abertura da Porta Santa da Basílica Vaticana terá lugar aos  8 de dezembro, por duas razões: primeiro, porque a data coincide com a Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, daquela que Deus quis santa e imaculada no amor para não deixar a humanidade sozinha e à mercê do mal. Em segundo lugar, o dia 8 de dezembro coincide com o 50° aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II, que derrubou os muros que durante muito tempo haviam fechado a Igreja numa cidadela privilegiada, levando-a  a anunciar o Evangelho de um modo novo, usando  - como dizia João XXIII -  o remédio da misericórdia em vez de assumir as armas do rigor”.
Na segunda parte o Papa dá algumas indicações práticas para viver em plenitude espiritual o Jubileu Extraordinário, tais como: realizar uma peregrinação, não julgar e não condenar mas perdoar e dar, abrir o coração às periferias existenciais, realizar com alegria as obras de misericórdia corporais e espirituais e incrementar nas dioceses a iniciativa da oração e penitência “24 horas para o Senhor”. E o Papa dedica um parágrafo especial para o tema da remissão dos pecados desejando, antes de tudo, que os confessores sejam um verdadeiro sinal da misericórdia do Pai e e se tornem eles próprios penitentes em busca de perdão. O Papa anuncia também que durante a Quaresma do Ano Santo ele enviará os Missionários da Misericórdia, ou seja, sacerdotes a quem será dada “a autoridade de perdoar também os pecados reservados à Sé Apostólica”.
E por fim, na terceira parte, o Papa Francisco lança alguns apelos: aos membros de grupos criminais e às pessoas que praticam ou são cúmplices da corrupção (que o Papa chama “chaga podre da sociedade”) pedindo-lhes para mudarem de vida. O Papa também apela ao diálogo  inter-religioso recordando que o hebraísmo e o Islão consideram a misericórdia “um dos atributos mais qualificantes de Deus” e que “também eles acreditam que ninguém pode limitar a misericórdia divina porque as suas portas estão sempre abertas”. E apela, enfim, à relação entre justiça e misericórdia, recordando que elas “não são dois aspectos em contraste entre si mas duas dimensões de uma única realidade, que se desenvolvem até alcançar o ápice “na plenitude do amor”.
O Pontífice conclui o documento com uma referência à figura de Maria, Mãe de Misericórdia, cuja vida foi moldada pela presença da misericórdia feita carne. Arca da Aliança entre Deus e os homens, Maria atesta que a misericórdia do Filho de Deus não conhece limites e atinge a todos, sem excluir ninguém, diz o Papa. E a Bula se conclui com um convite a deixar-se surpreender por Deus que nunca se cansa de abrir a porta do seu coração aos homens. A primeira tarefa da Igreja, portanto, é de introduzir a todos no grande mistério da misericórdia de Deus, contemplando o rosto de Cristo, sobretudo num momento como o nosso, cheio de grandes esperanças e fortes contradições”.
O Ano Jubilar terminará aos 20 de novembro de 2016, Solenidade de Cristo, Rei e Senhor do Universo. Como gostaria que os próximos anos fossem impregnados de misericórdia, para ir ao encontro de cada pessoa levando a bondade e a ternura de Deus! – diz o Papa a terminar. A todos, crentes e distantes, possa chegar o bálsamo da misericórdia como sinal do Reino de Deus, já presente no meio de nós”. (BS)
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