Quem é Maria, a quem o anjo Gabriel foi enviado? E, já que os olhos de Deus pousaram sobre ela, convidando-a a uma missão única na história da salvação, é importante saber o que ela tem a nos ensinar, a nós, homens e mulheres do terceiro milênio.
Há uma literatura devocional que apresenta a Mãe de Jesus ou como uma mulher alienada, que pouco teria a nos ensinar, ou tão gloriosa, que ficaria distante demais de nosso dia-a-dia. Tais imagens nada têm em comum com o rosto que os evangelistas pintaram de Maria. Para conhecer, pois, a jovem de Nazaré, é preciso abrir o Evangelho.
A página da anunciação nos mostra que Maria deu a seu Senhor um sim responsável. Abandonando-se à vontade de Deus, demonstrou ser uma mulher forte, tendo uma visão de Deus semelhante à que tinham os profetas: seu Deus é aquele que dispersa os orgulhosos, derruba os poderosos de seus tronos e exalta os humildes.
Foi uma mulher que conheceu de perto a pobreza, o exílio e o sofrimento. Escolhida para a mais importante missão a que uma criatura poderia ter sido chamada, longe de fechar-se num intimismo egoísta, foi ao encontro de Isabel, porque sabia que sua parenta necessitava de auxílio; interessou-se, em Caná, pelas necessidades da festa de um casamento; e, quando a comunidade dos apóstolos e discípulos, em oração, preparava-se para a realização da promessa do Pai — o batismo do Espírito Santo —, lá estava Maria, perseverando na oração em comum.
A Mãe de Jesus nos ensina a ser verdadeiros discípulos de Cristo, isto é, construtores da cidade terrena e temporal, e, ao mesmo tempo, peregrinos em direção à Jerusalém eterna; nos ensina a ser promotores da justiça, que liberta o oprimido, e da caridade, que socorre o necessitado; a ser operários do amor, edificando Cristo nos corações.
A Igreja apresenta Maria como exemplo de vida “não exatamente pelo tipo de vida que levou ou, menos ainda, por causa do ambiente sociocultural em que se desenrolou sua existência (...), mas, porque, nas condições concretas da sua vida, aderiu total e responsavelmente à vontade de Deus; porque soube acolher sua palavra e pô-la em prática; porque sua ação foi animada pela caridade e pelo espírito de serviço; e porque, em suma, foi a primeira e mais perfeita discípula de Cristo”.
Procurando imitá-la, acabaremos adquirindo o jeito de Maria, isto é, teremos como ideal fazer a vontade de Deus, sempre.
Do livro Um mês com Maria, publicado por Paulinas Editora.
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