terça-feira, 17 de junho de 2014

# CATEQUESE sobre CORPUS CHRISTI

Corpus Christi

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A Festa de Corpus Christi é a celebração em que 
solenemente a Igreja comemora a instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia;
 sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão
 às nossas ruas. Propriamente é a Quinta-feira Santa o dia da instituição, mas 
a lembrança da Paixão e Morte do Salvador não permite uma celebração festiva.
 Por isso, é na Festa de Corpus Christi que os fiéis agradecem e louvam a Deus 
pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como
 alimento e remédio de nossa alma. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. 
Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, o próprio Cristo.


A Festa de Corpus Christi surgiu no séc. XIII, na diocese de Liège, na Bélgica,

 por iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon, (†1258)

 que recebia visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa

 litúrgica anual em honra do sacramento da Eucaristia.

Quando surgiu?


Aconteceu, porém, que quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina,
 em Bolsena, Itália, aconteceu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue
 sobre o corporal após a consagração. Alguns dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real
 de Cristo na Eucaristia.

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O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia São Tomás de Aquino,
 informado do milagre, então, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. 
Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, teria então pronunciado
 diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.

Em 11 de agosto de 1264 o Papa emitiu a bula "Transiturus de mundo", onde prescreveu que na quinta-feira após

 a oitava dePentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor. São Tomás de Aquino
 foi encarregado pelo Papa para compor o Ofício da celebração. 
O Papa era um arcediago de Liège e havia conhecido a Beata e percebido a luz sobrenatural que a iluminava e a
 sinceridade de seus apelos.

Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de Orvieto, em pedras pretas e brancas, chamada de 

"Lírio das Catedrais". Antes disso, em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège,
 como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e depois, então,
 em toda o mundo no séc. XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV,
 tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial.

Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão

 pelas vias públicas. A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos
 na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade.
 A celebração normalmente tem início com a missa, seguida pela procissão pelas ruas da cidade,
 que se encerra com a bênção do Santíssimo.

Tradição dos tapetes

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Todo católico deve participar dessa Procissão por ser a mais importante de
 todas que acontecem durante o ano, pois é a única onde o próprio 
Senhor sai às ruas para abençoar as pessoas, as famílias e a cidade.
 Em muitos lugares criou-se o belo costume de enfeitar as casas com 
oratórios e flores e as ruas com tapetes ornamentados, tudo em honra do
 Senhor que vem visitar o seu povo. Tudo isto tem muito sentido e deve
 ser preservado.

Começaram assim as grandes procissões eucarísticas e também o 

culto a Jesus Sacramentado foi incrementado no mundo todo através
 das adorações solenes, das visitas mais assíduas às Igrejas e da 
multiplicação das bênçãos com o Santíssimo no ostensório por entre 
cânticos cada vez mais admiráveis. Surgiram também os Congressos
 Eucarísticos, as Quarenta Horas de Adoração e inúmeras outras
 homenagens a Jesus na Eucaristia. Muitos se converteram e todo o
 mundo católico.

O culto eucarístico não começou no século XIII, pois começou desde o Cenáculo, quando Jesus instituiu a sagrada

 Eucaristia. Mas faltava, porém, uma festa especial para agradecer ao "Prisioneiro dos Sacrários" 
esta presença inefável que o faz contemporâneo de todas as gerações cristãs. Era necessário, realmente,
 uma data distinta para que se manifestasse um culto especial ao Corpo e Sangue de Cristo, atraindo 
d’Ele novas graças e bênçãos para os que caminham neste mundo.

Milagre Eucarístico

Por volta dos anos 700, na cidade italiana de Lanciano, viviam no mosteiro de São Legoziano os Monges de
 São Basílio, e entre eles havia um que se fazia notar mais por sua cultura mundana do que pelo conhecimento
 das coisas de Deus. Sua fé parecia vacilante, e ele era perseguido todos os dias pela dúvida de que a hóstia 
consagrada fosse o verdadeiro Corpo de Cristo e o vinho o Seu verdadeiro Sangue. Mas a Graça Divina nunca
 o abandonou, fazendo-o orar continuamente para que esse insidioso espinho saísse do seu coração.

Foi quando, certa manhã, celebrando a Santa Missa, mais do que nunca atormentado pela sua dúvida, após

 proferir as palavras da Consagração, ele viu a hóstia converter-se em Carne viva e o vinho em Sangue vivo. 
Sentiu-se confuso e dominado pelo temor diante de tão espantoso milagre, permanecendo longo tempo
 transportado a um êxtase verdadeiramente sobrenatural. Até que, em meio a transbordante alegria, o rosto 
banhado em lágrimas, voltou-se para as pessoas presentes e disse:

"Ó bem-aventuradas testemunhas diante de quem, para confundir a minha incredulidade, o Santo Deus quis

 desvendar-se neste Santíssimo Sacramento e tornar-se visível aos vossos olhos. Vinde, irmãos, e admirai 
o nosso Deus que se aproximou de nós. Eis aqui a Carne e o Sangue do nosso Cristo muito amado!"

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A estas palavras os fiéis se precipitaram para o altar e começaram também a chorar e a pedir misericórdia.
 Logo a notícia se espalhou por toda a pequena cidade, transformando o Monge num novo Tomé. A Hóstia-Carne
 apresentava, como ainda hoje se pode observar, uma coloração ligeiramente escura, tornando-se rósea se
 iluminada pelo lado oposto, e tinha aparência fibrosa; o Sangue era de cor terrosa (entre o amarelo e o ocre), 
coagulado em cinco fragmentos de forma e tamanhos diferentes.

As relíquias foram agasalhadas num tabernáculo de marfim mandado construir pelas pessoas mais credenciadas

 do lugarejo. A partir de 1713 até hoje, a Carne passou a ser conservada numa custódia de prata, e o Sangue,
 num cálice de cristal. Aos reconhecimentos eclesiásticos do Milagre, a partir de 1574, veio juntar-se o
 pronunciamento da Ciência moderna através de minuciosas e rigorosas provas de laboratório.

Foi em novembro de 1970 que os Frades Menores Conventuais, sob cuja guarda se mantém a Igreja

 do Milagre (desde 1252 chamada de São Francisco), decidiram, devidamente autorizados, confiar a dois 
médicos de renome e idoneidade moral a análise científica das relíquias. Após alguns meses de trabalho,
 exatamente a 4 de março de 1971, os pesquisadores publicaram um relatório contendo os resultados das
 análises:

"A Carne é verdadeira carne, o Sangue é verdadeiro sangue. A Carne é do tecido muscular do coração

 (miocárdio, endocárdio e nervo vago). A Carne e o Sangue são do mesmo tipo sangüíneo (AB) e pertencem
 à espécie humana. No sangue foram encontrados, além das proteínas normais, os seguintes 
materiais: cloretos, fósforos, magnésio, potássio, sódio e cálcio. 
A conservação da Carne e do Sangue, deixados em estado natural por 12 séculos e expostos
 à ação de agentes atmosféricos e biológicos, permanece um fenômeno extraordinário".

Antes mesmo de redigirem o documento sobre o resultado das pesquisas realizadas em Arezzo,

 os Doutores Linoli e Bertelli enviaram aos Frades um telegrama nos seguintes termos:
 "E o Verbo se fez Carne!". É assim que o Milagre de Lanciano, desafiando a ação do tempo e toda a lógica 
da ciência humana, se apresenta aos nossos olhos como a prova mais viva e palpável de que "Comei e bebei
 todos vós, isto é o meu Corpo que é dado por vós".

Mais do que uma simples simbologia como possa parecer, é o sinal divino de que no Sacramento da Comunhão

 está o alimento da nossa esperança nas Promessas de Cristo para nossa Salvação:
 "Aquele que come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei
 no último dia" (Jo 6,55).

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