terça-feira, 29 de julho de 2014

# AGOSTO: MÊS DAS VOCAÇÕES

Deus quis precisar de nós
Agosto é considerado o Mês Vocacional, dedicado à reflexão sobre as vocações em geral. Neste mês, costuma-se celebrar as diferentes vocações por semana:
Primeiro domingo: vocação sacerdotal;
Segundo domingo: vocação familiar, dos pais;
Terceiro domingo: vocação à vida consagrada dos religiosos e das religiosas;
Quarto domingo: vocação do laicato na Igreja, ministérios leigos e catequistas.
Deus quis precisar de nós. Como em Jeremias 1,5 - “Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes do teu nascimento, eu já te havia consagrado” -, Deus espera de nós uma resposta a Seu chamado. É esta a vocação de cada um.
No mês dedicado por excelência à reflexão sobre o serviço na Igreja, tomamos consciência de que o Reino de Deus se faz pela providência infinita do Pai, mas também com a participação de cada um de nós.
Quando refletimos sobre a vocação, chegamos à conclusão de que o Senhor nos criou para um objetivo específico: todos nós somos chamados a participar, com nossos dons e talentos, na edificação do Reino.
O mais profundo e tocante em tudo isso é que, mesmo Deus não precisando de nossa ajuda, Ele quis precisar, quis contar conosco.
Se formos sensíveis em perceber esse desejo de Deus é impossível sermos indiferentes.
Viver a vocação é consagrar a nossa vida a um ideal. A nossa realização pessoal reside em entender qual é a nossa vocação e agir de acordo com os ditames de Deus que fala ao nosso coração.
Que Ele nos fortaleça para que tenhamos a disponibilidade e a coragem de dizer “sim” ao Seu projeto, mesmo diante de nossas limitações, das nossas dificuldades, do nosso comodismo, dos nossos medos.


Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)

sexta-feira, 25 de julho de 2014

# Pequeno Estudo Bíblico (Básico)

1. O QUE É A BÍBLIA?

Digamos à guisa de definição, que a Bíblia é um conjunto de 73 livros com vários títulos ou denominações: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Evangelhos, várias epístolas etc., os quais podem ser localizados pelo índice geral dela. Divide-se em duas partes bem destacáveis: o Antigo Testamento e o Novo Testamento.
Testamento é o nome que se dá à Aliança "contraída" com Abraão e "cumprida" em Jesus Cristo. Enquanto projeção  de Abraão designou-se por Antigo Testamento aos acontecimentos a ela correlatos;  quando afins à Nova Aliança em Jesus Cristo, tomou o nome de Novo Testamento. É que um testamento "traz" disposições que devem ser "cumpridas" após a morte de um dos testadores, no caso, Abraão no Antigo e Jesus no Novo, "trazendo", para a Homem "cumprir", "disposições de última vontade", e "uma herança".
A Bíblia vem geralmente dividida em capítulos e versículos (vide tabela abaixo). Os capítulos são especificados por números maiores colocados num começo de narrativa parcial e os versículos por algarismos menores colocados antes das frases que compõem o capítulo. Costuma-se dar títulos aos vários capítulos, ou a trechos deles, também conhecidos por "perícopes", que foram ai incorporados pretendendo facilitar a compreensão e a localização por assuntos, mas não fazem parte integrante e indestacável do contexto.
Representação de Capítulos e Versículos da Bíblia
Costuma-se representar os livros pelas duas primeiras consoantes ou uma ou duas consoantes e uma vogal de seu nome (para evitar confusão com outro), por exemplo:
Gn para Gênesis; Ex para Êxodo; Cro (ou Cr) para Crônicas [para não se confundir com abreviatura de Coríntios - (Cor ou Co)] etc..
Os capítulos são representados pelo seu número seguido de vírgula:
Gn 1, - significa capítulo 1 do livro de Gênesis.
Já os versículos vêm geralmente após a vírgula do capítulo:
Gn 1,2 - significa livro de Gênesis, capítulo 1, versículo 2.
Quando se pretende representar todos os versículos a que se refere, usa-se separá-los por um hífen (com o significado de = até):
Gn 1,15-20 - significa livro de Gênesis, Capítulo 1, a partir do versículo 15 até o 20.
Colocando-se um ponto após o ultimo versículo e colocando-se outro número significa que se deve saltar do versículo para o outro:
Gn 1,15-20.25-26 - significa que após o versículo 20 deve-se saltar para o 25 e ler até o 26.
Pode acontecer que um versículo se componha de várias frases, designando-se então cada uma delas por uma letra do alfabeto:
Gn 1,15-16ab - significa que a citação abrange no versículo 16 apenas as duas primeiras frases. Ainda pode acontecer que a citação tenha após o versículo um número seguido de vírgula; nesse caso se trata de referência a capítulo:
Gn 1,15-2,4a - significa que a citação vai do versículo 15 do capítulo 1 ao versículo 4 do capítulo 2, primeira frase.

Um número seguido de vírgula corresponde a
Capítulo é um número quando vem seguido de hífen, a
Versículo, é um número quando vem seguido de ponto a versículo. 
2. POR QUE A BÍBLIA É IMPORTANTE?
Só há uma razão pela qual se pode dizer que a Bíblia é importante, tal como São Paulo diz:
"E não somos como Moisés, que punha um véu sobre o rosto, para que os filhos de Israel não vissem o final da glória que se desvanecia; e assim o entendimento deles ficou obscurecido. Pois até o dia de hoje, à leitura do velho testamento, permanece o mesmo véu, não lhes sendo revelado que em Cristo é ele abolido; sim, até o dia de hoje, quando Moisés é lido, um véu está posto sobre o coração deles. Contudo, convertendo-se ao Senhor, é-lhe tirado o véu"  (2 Co 3,13-16).
A Bíblia é importante por causa de:
Jesus Cristo
Sem Jesus Cristo, a Bíblia não passa de um dos livros ultrapassados que por ai existem nos museus ou em uso nos mitos e superstições ou fossilizados.
Pode-se pretender que ela seja a Palavra de Deus. E é, mas a Palavra de Deus plenamente revelada por Jesus Cristo. Ele é a Revelação por excelência, a única Revelação do Pai;
Jesus é a Palavra do Pai
Diz-se que Jesus é a PALAVRA porque manifesta ou revela o Pai, tal como Ele mesmo o diz:
"Jesus lhe disse: "Filipe, há tanto tempo estou convosco e não me conheces? Quem me tem visto, tem visto o Pai. Como podes dizer: mostra-nos o Pai?"  (Jo 14,9).
Também Paulo e João o dizem:
"Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criatura..." (Col 1,15)
No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus" (...) "Ninguém jamais viu a Deus. o Filho Unigênito, que está no seio do Pai, é quem o deu a conhecer."  (Jo 1,1.18).
É essa a função da PALAVRA: tornar conhecido o que ela significa. Caso um professor permaneça em silêncio perante um grupo de alunos, eles nada saberão de seu saber íntimo, pois, sem a palavra nada se sabe. Quando ele começar a falar, a fazer o uso "da palavra", passará a ser entendido e os alunos apreenderão o que ensina, por aquilo que ele "revelar" com a sua palavra. Ora, Jesus "revelou" o Pai; logo, JESUS é a PALAVRA DO PAI.
2.1 Revelação
Já ficou claro pelo acima exposto que Cristo é a Revelação única e definitiva, e que somente aquilo que transmitiu aos Apóstolos, que nos vem pela Tradição e o Magistério da Igreja, pode-se dizer "revelado". É que, com a morte do último Apóstolo, terminou a transmissão oral da Revelação, o que se conhece por Tradição, ficando apenas o que foi deixado por eles como "depósito" (de fé), como o denominou São Paulo (1 Tm 6,20; 2 Tm 1,12-14), que compõe o Magistério da Igreja, aquilo que ela ensina. Melhor o diz o Catecismo da Igreja Católica, recém-promulgado por João Paulo II:
"'Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho' (Hb 1,1-2). Cristo, Filho de Deus feito homem, é a Palavra Única, Perfeita e Insuperável do Pai. Nele o Pai disse tudo, e não haverá outra palavra além dessa. (...) A Economia Cristã, portanto, como Aliança Nova e Definitiva, jamais passará, e já não se há de esperar nenhuma outra Revelação pública antes da gloriosa manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo"   (n.º 64-65).
2.2 Inspiração
Tal como a Revelação, também a Inspiração Bíblica já acabou. O que ilumina a Igreja em prosseguimento à Obra de Cristo (Jo 20,21) é uma especial Assistência do Espírito Santo, e não se confunde com a Inspiração Bíblica, como a própria Igreja define e explica:
"A verdade divinamente revelada, que os livros da Sagrada Escritura contêm e apresentam, (...). ...escritos sob a Inspiração do Espírito Santo (cf. Jo 20,31; 1 Tm 3,16; 2 Pe 1,19-21; 3,15-16), eles têm Deus por autor e nesta qualidade foram confiados à Igreja. Para escrever os Livros Sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens, na posse das suas faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e por eles, escrevessem, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele próprio queria" ("Dei Verbum" n.º 11; Catecismo. da Igreja Católica n.º 105/106).
"Por isso, a pregação apostólica, que é expressa de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se por uma sucessão contínua até a consumação dos tempos. (...). Esta Tradição, oriunda dos Apóstolos, progride na Igreja sob a Assistência do Espírito Santo..." (Constituição 'Dei Verbum', Conc. Vat. II, n.º 8).
O que não se deve perder de mira é que tanto a Revelação como a Inspiração foram dons ou carismas especiais de Deus para a confecção da Sagrada Escritura, e isto se deu quando dos originais, não se estendendo às traduções, aos comentários ou mesmo à exegese. Por isso, a missão da Igreja de interprete única, por causa daquele já mencionado "depósito" (da fé) que lhe é pertinente:
"O 'depósito' (1 Tm 6,20; 2 Tm 1,12-14) da fé ("depositum fidei"), contido na Sagrada Tradição e na Sagrada Escritura, foi confiado pelos Apóstolos à totalidade da Igreja. 'Apoiando-se nele, o Povo Santo todo, unido a seus Pastores, persevera continuamente na doutrina dos Apóstolos e na comunhão, na Fração do Pão e nas Orações, de sorte que na conservação, no exercício e na profissão da fé transmitida, se crie uma singular unidade de espírito entre os bispos e os fiéis.' (cfr. Catecismo 84)
'O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo' ("Dei Verbum", 10), isto é, aos bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de Roma" (idem 85).
Pode-se desde já perceber a importância da Tradição, que é a transmissão das verdades reveladas pelos Apóstolos a seus sucessores, no que se estrutura o Magistério da Igreja.
2.3 Tradição, Magistério e Escritura
Cristo não é um fundador de nova religião, nem o cristianismo é uma "heresia" do judaísmo. Os Apóstolos e os discípulos continuaram freqüentando o Templo e seguindo os rituais ali celebrados, até mesmo após a Sua Morte, Ressurreição e Ascensão (Lc 24,53; At 2,46; 3,1) bem como após o Pentecostes (At 2,46; 3,1...). Compartilhavam da "visão" de Jesus de que o cristianismo é o "cumprimento" do judaísmo, o seu ponto de chegada:

"Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só "i" ou um só "til", até que tudo seja cumprido" (Mt 5,17-18).
Entretanto, os primeiros cristãos não conheciam o Novo Testamento tal como se conhece hoje. Quando muito haviam alguns manuscritos destinados apenas a registrar as pregações locais. Os cristãos de Roma, por exemplo, conheciam a pregação de Pedro e, possivelmente, conheciam também uma ou outra das cartas de Paulo (2 Pe 3,15-16). Vê-se facilmente que os escritos atuais dos Evangelhos são verdadeiramente o registro catequético de então, a primeira expressão da Tradição Apostólica, aqueles que foram escolhidos e aprovados entre tantos outros (Lc 1,1-2 diz "muitos"):
"A Tradição de que falamos aqui é a que vem dos Apóstolos. Ela transmite o que estes receberam do ensino e do exemplo de Jesus e aprenderam pelo Espírito Santo. De fato, a primeira geração de cristãos ainda não tinha um Novo Testamento escrito, e o próprio Novo Testamento testemunha o processo da Tradição Viva" (Catecismo da Igreja Católica, 83).
"Por isso, a pregação apostólica, que é expressa de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se por uma sucessão contínua até a consumação dos tempos. (...) Esta Tradição, oriunda dos Apóstolos, progride na Igreja sob a Assistência do Espírito Santo..." (Constituição 'Dei Verbum', Conc. Vat. II, n.º 8).
Informa Papias que o primeiro Evangelho foi escrito por Mateus em aramaico, que o destinou aos judeus. Vieram outros, inclusive a tradução dele para o koiné, o grego popular de então, que não eram ainda tão difundidos, nem faziam parte de um cânon definido pela Igreja. Somente algumas comunidades tinham uma espécie de compilação mais ou menos aleatória, ao que tudo indica, e não ainda de forma sistemática como hoje:
"Foi a Tradição Apostólica que levou a Igreja a discernir quais os escritos que deveriam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados" ('Dei Verbum, 8,3). Esta lista completa é denominada 'Cânon' das Escrituras. Comporta, para o Antigo Testamento, 46 (45, se contarmos Jeremias e Lamentações juntos) escritos e 27 para o Novo:
Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, os dois livros de Samuel, os dois Livros de Reis, os dois Livros de Crônicas, Esdras e Neemias, Tobias, Judite, Ester, os dois Livros de Macabeus, Jó, os Salmos, os Provérbios, o Eclesiastes (ou Coélet), o Cântico dos Cânticos, a Sabedoria, o Eclesiástico (ou Sirácida), Isaías, Jeremias, as Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, para o Antigo Testamento; os Evangelhos de Mateus, de Marcos, de Lucas e de João, os Atos dos Apóstolos, as Epístolas de São Paulo aos Romanos, a Primeira e a Segunda aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, a Primeira e a Segunda aos Tessalonicenses, a Primeira e a Segunda a Timóteo, a Tito, a Filêmon, a Epístola aos Hebreus, a Epístola de Tiago, a Primeira e a Segunda de Pedro, as três Epístolas de João, a Epístola de Judas e o Apocalipse, para o Novo Testamento (Catecismo da Igreja Católica, 120).
Da mesma forma que então, porque inexistente, para os católicos ainda hoje, "só a Bíblia" não é, nem pode ser, o único fundamento para a fé, eis que não se partiu dela para o que se crê. O que nela se compôs foi o então ensinado pelos Apóstolos. Por isso, fundamental ainda lhes é o conjunto formado por: Tradição + Magistério + Escritura:
"Fica portanto claro que segundo o sapientíssimo plano divino a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja estão de tal maneira entrelaçados e unidos, que um não tem consistência sem os outros, e que juntos, cada qual a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente para a salvação das almas" (Constituição Dogmática 'Dei Verbum', 10)
3. ALGUMAS REGRAS PRÁTICAS
Feitas essas observações preliminares, é fundamental a todo estudioso da Bíblia algumas regras práticas que iremos apresentando à medida do desenvolvimento do curso. A primeira delas é a de se deslocar abstratamente ao tempo em que foi escrito o livro que se estuda ou se lê, não se analisando o que está escrito com o aculturamento atual, mas procurando entender bem o que se escreveu com a mentalidade de então. Outra delas é que os títulos, subtítulos e a divisão em capítulos e versículos não fazem parte do escrito em si, não são inspirados, mas foram idealizados em princípios deste segundo milênio de nossa era, para facilitar a localização, bem como a leitura, e de acordo com a divisão vigente por assunto ao tempo do criador do sistema. Por isso mesmo, nem sempre um capítulo encerra um assunto, como acontece com um livro moderno, podendo se encontrar a conclusão dele mais adiante ou em local diverso.
Além de tudo isto, é de se considerar que a Bíblia forma uma unidade total de doutrina, coerente e religiosamente muito lógica. E não se há de esquecer a necessidade de sempre se recorrer ao ensino da Igreja, que com seu "depósito" ilumina a interpretação doutrinária dos textos difíceis. Não é possível se dar ao luxo de interpretações particulares, por mais sábias que nos possam parecer (2Pe 1,20-21). Assim, é de se ler a Bíblia tal como foi ela escrita e não como se gostaria que tivesse sido composta. Qualquer originalidade pode lhe redundar em falsificação grosseira, mesmo uma simples entonação de voz que se busca interpretar. As Escrituras foram escritas ao bafejo do Espírito Santo e não Lhe pode ser atribuída qualquer contradição entre os vários livros que a compõem. Só o Espírito Santo é o interprete do que inspirou pelo que Jesus fez da Sua Igreja o único "depósito" (da Fé) (v. Catecismo da Igreja Católica, 109/119):
"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, que fique convosco para sempre, a saber, o Espírito da Verdade, o qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o conhece; mas vós conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós. (...) Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós. (...) Mas o Paráclito, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito" (Jo 14,16-20.26)
"Ainda tenho muito que vos dizer; mas vós não o podeis suportar agora. Quando vier, porém, aquele, o Espírito da Verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras. ..." (Jo 16,12-15).
Pelos trechos aqui transcritos vê-se que o próprio Jesus diz que seria o Espírito Santo quem "vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito", "vos guiará a toda a verdade" e "vos anunciará as coisas vindouras". Assim sendo, é aquilo e somente o que foi ensinado pelos Apóstolos que permaneceu na Igreja como o depósito que São Paulo fala:
"Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, evitando as conversas vãs e profanas e as oposições da falsamente chamada ciência; a qual professando-a alguns, se desviaram da fé. A graça seja convosco" (.I Tm 6,20-21)
"Por esta razão sofro também estas coisas, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia. Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido na fé e no amor que há em Cristo Jesus; guarda o bom depósito com o auxílio do Espírito Santo, que habita em nós" (2 Tm 1,12-14).

Ainda, quando Jesus estabelece o "primado" de Pedro, deixa clara a autoridade dele e dos Apóstolos com ele, quando lhes dá o poder de "ligar e desligar", eis que estará sempre presente, "no meio deles":
(A Pedro) "Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16,17-19)
 (A todos os Apóstolos 'reunidos' junto com Pedro) "Em verdade vos digo: Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu; e tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu. Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles" (Mt 18,18-20)
Além disso, essa Sua presença entre os Apóstolos, fica mais clara e eficaz ainda quando diz que "estarei convosco, todos os dias, até a consumação dos séculos". É que bastaria ter dito "estarei convosco", mas acentua acrescentando "todos os dias" e, ainda ratifica "até a consumação dos séculos". Confirmando tudo isso, vai Marcos nos informar que "quem crer (na pregação da Igreja) e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado". Ora, quando Cristo afirma ser condenado quem não crê na pregação é afirmar a infalibilidade da pregação e a eficácia da Assistência do Espírito Santo, e quando o diz aos Apóstolos somente, di-lo à Igreja, depositária do que ensinaram:
"E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28,18-20)
"E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado" (Mc 16,15-16)
(Lc 24,27"E, começando por Moisés e por todos os profetas, interpretou-lhes em todas as Escrituras o que a ele dizia respeito. (...) '...era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.' Então abriu-lhes a mente para que entendessem as Escrituras" (Lc 24, 27.44-45)
"Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer" (Jo 15,15).
Outro fator importante a observar é a da sucessão apostólica na Igreja, para o exercício do mesmo múnus, com os mesmos dons apostólicos, também ratificado na Escritura:
"Irmãos, convinha que se cumprisse a escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus; pois ele era contado entre nós e teve parte neste ministério. (...) É necessário, pois, que dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus andou entre nós, começando desde o batismo de João até o dia em que dentre nós foi levado para cima, um deles se torne testemunha conosco da sua ressurreição" (At 1,16-22).
Por outro lado, também São Paulo afirma que Tiago, Pedro e João são "colunas da Igreja" (Gl 2,9). Ora, esse fato corrobora a existência de hierarquia no Colégio Apostólico, até mesmo ao tempo de Cristo, eis que somente eles foram testemunhas de alguns acontecimentos importantes tais como a Ressurreição da filha de Jairo (Mc 5,37), a Transfiguração (Mc 9,2), a Agonia do Monte das Oliveiras (Mc 14,33), e recomendados ao silêncio a respeito até a ressurreição (Mc 5,43; 9,9), o que evidencia o motivo de serem considerados "colunas". Ambas, a sucessão e a hierarquia, evidenciam a presença da sucessão apostólica caracterizando a autenticidade do Colégio Apostólico Católico e do "depósito da fé":
"E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos ordenei; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28,19-20).
Outra observação que se deve fazer num começo de estudo da Bíblia é com base na já mencionada coerência que deve ter tudo o que se deduz com a totalidade dela, donde a necessidade de sintonia das conclusões com todo o seu conteúdo. Sempre se buscará, por isso, confirmação na própria Bíblia daquilo que se concluiu ou se encontrou, ou também no magistério da Igreja, detentora da Tradição, a única interprete autorizada por Cristo, como acima se viu.
E é bom nunca se perder de vista que a maioria dos escritos do Novo Testamento, principalmente os Evangelhos, foram escritos para o uso de pessoas que já conheciam todo o tema que abordam em seus mínimos detalhes, não lhes sendo necessário esclarecimentos e explicações como para nós, que desconhecemos os pormenores, os quais estão na Tradição e Magistério da Igreja.
AUTO-AVALIAÇÃO
O que é a Bíblia?
Como seria a representação de Gênesis, capítulo 25, para se ler do versículo 1 até o 15, saltar para o 29 e ler até o 34, letra c?
A Bíblia é importante? Por quê?
É certo dizer que Jesus é Palavra? Por quê?
Existe alguma revelação nova nos dias atuais? Explique.
A Inspiração é faculdade ou dom de todas as pessoas? Explique.
Cada um pode interpretar autenticamente a Sagrada Escritura? Explique.


sábado, 19 de julho de 2014

# Fé e devoção a Nossa Senhora do Carmo no Recife emocionam


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Um mar de pessoas tomou conta das ruas do centro do Recife. A multidão de devotos participou nesta quarta-feira, 16, da Missa Solene na Festa de Nossa Senhora do Carmo, no bairro de Santo Antônio, área central da capital pernambucana. A imagem encheu os olhos de beleza e o coração de fé. Foi difícil conter as lágrimas e a alegria. De acordo com a Polícia Militar de Pernambuco, 120 mil pessoas compareceram ao ato litúrgico.
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Desde o início da manhã, os devotos chegavam à basílica. Muitos passaram o dia inteiro na igreja. Na casa da Mãe. Era assim que eles se sentiam. É assim que é. Não importava se a igreja estava cheia e não havia lugar para sentar. Os motivos para agradecer eram maiores do que qualquer cansaço. Maximiliana Melo levou flores e gratidão à Virgem do Carmelo. ”

O Novenário impressiona pelo número de participantes e pela popularidade. A fé une gerações. Crianças, jovens, adultos e idosos todos homenageavam a Virgem do Carmelo. Se Nossa Senhora é co-padroeira, o amor dos devotos não é de modo algum secundário. O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, destacou a fraternidade que as festividades proporcionam. ”É uma festa realmente da unidade. É uma festa popular e secular aqui da Arquidiocese e que tem concentrado muitas pessoas. É  bonito a gente ver que Nossa Senhora atraí multidões para Jesus. Eu espero que mais uma vez as pessoas que participaram do novenário se sintam mais motivados ao compromisso com a fé”, destacou Dom Fernando.
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Um dos momentos mais aguardados pelos fiéis foi a chegada do andor com a imagem de Nossa Senhora do Carmo. A ansiedade deu lugar ao encantamento. A berlinda parecia navegar em meio ao mar de devotos. Suavemente ganhava as ruas do centro do Recife.
Após aproximadamente 1h30 de caminhada, a procissão retornou à basílica. Na janela central da igreja, Dom Fernando observava emocionado a movimentação no pátio. O novenário foi concluído com a Bênção do Santíssimo Sacramento.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

# Comissão para a Juventude prepara subsídio do DNJ: CNBB

Comissão para a Juventude prepara subsídio do DNJ


DNJ2014 233x350A 29ª edição do Dia Nacional da Juventude (DNJ) apresenta o tema “Feitos para sermos livres, não escravos”, que cita o item 430 do texto “Civilización del Amor. Proyecto y Misión”, da Pastoral Juvenil Latinoamericana, e recorda a Campanha da Fraternidade 2014, que tem como  tema “Fraternidade e tráfico humano”.
A iluminação bíblica deste ano refere-se ao capítulo 22 do livro de Jeremias, “Eis o que diz o Senhor: Praticai o direito e a justiça, e livrai o oprimido das mãos do opressor” (Jr 22, 3a).
A Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgará, no próximo mês, o caderno com os materiais de estudos em preparação ao DNJ. A publicação é organizada pela Coordenação Nacional da Pastoral Juvenil da CNBB, composta por jovens de diferentes expressões de juventude do Brasil.
O DNJ é celebrado no quarto domingo de outubro, mas tem sua preparação desde o começo do ano. Durante a quaresma, aconteceu o estudo do roteiro jovem da Campanha da Fraternidade. Em agosto, começarão as vivências grupais a partir do caderno do DNJ.
Fonte: CNBB

# Carta em vista das Eleições 2014: Arquidiocese de Olinda e Recife

Carta em vista das Eleições 2014


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“Já lhe foi explicado o que é bom e o que Deus exige de você: é apenas que pratique a justiça e o direito,amar a misericórdia e, com simplicidade, caminhar com Deus” (profeta Miquéias 6, 8). 
Queridos irmãos e irmãs da nossa arquidiocese,
terminada a Copa do Mundo começa agora, com maior intensidade, a campanha eleitoral. Como pastor desta Igreja, que juntos constituímos, me sinto no dever de partilhar com vocês algumas preocupações e propor critérios para a nossa participação como cidadãos/ãs e como cristãos/ãs nesse importante momento do país.
Há cristãos que ainda pensam que a fé possa ser desligada da realidade concreta. Se nos desinteressamos pelo processo político, corremos o risco de deixar a Política nas mãos dos que não buscam o interesse comum. Como afirmou o papa Francisco: “Apesar de se notar uma maior participação de muitos (cristãos) nos ministérios laicais, esse compromisso (de fé) não se reflete ainda suficientemente na penetração dos valores cristãos no mundo social, político e econômico. Limita-se muitas vezes às tarefas no seio da Igreja, sem um empenho real pela aplicação do Evangelho na transformação da sociedade” (EvangeliiGaudium, n. 102).
Graças a Deus, no caminho ao qual o papa Francisco nos chama, a nossa arquidiocese tem uma longa e bela caminhada que devemos honrar e aprofundar cada vez mais. Desde que, há 50 anos, Dom Helder Camara chegou como pastor de nossa Igreja arquidiocesana, cada vez é maior o número de cristãos que descobrem que nossa vocação batismal nos chama a ser testemunhas do reino de Deus nesse mundo, pelo esforço de transformá-lo. Já nos anos 60, o papa Paulo VI ensinava que a nossa caridade deve ter uma dimensão política. Concretamente, ela se expressa no cuidado com a coisa pública e em uma educação crítica que nos ajude a compreender melhor a realidade e a discernir nela o que Deus pede de nós como cidadãos e como discípulos de Jesus.
Desde a 2a Conferência do Episcopado Latino-americano em Medellín, Colômbia, (1968), a nossa Igreja se comprometeu a se colocar como serviço à causa da libertação integral de toda a humanidade e de cada pessoa por inteiro (Med 5, 15). Por isso, nossa Igreja desenvolveu diversos setores de pastoral social, cujo objetivo é servir, de maneira especial, a todos os empobrecidos do campo e da cidade. Inseridos na medida do possível, na caminhada dos movimentos sociais, queremos colaborar com a transformação da sociedade. É com esse horizonte que lhes escrevo. Tendo feito algumas observações sobre nossa motivação evangélica e espiritual a partir da qual devemos atuar, sugiro agora algumas considerações sobre o momento atual em que vivemos eproponho algumas pistas concretas de ação para a nossa participação nesse processo eleitoral e mesmo depois.
1 – Um olhar rápido sobre a realidade.
Na análise da conjuntura que a CNBB ofereceu em seu site no mês de abril passado, se afirmava que, para essas próximas eleições, se descortinam duas tendências. Uma é dos que querem garantir a continuidade das conquistas sociais e daquilo que consideram serem mudanças realizadas pelo governo nessa última década. Outra é a das pessoas e candidatos que dizem lutar por mudanças profundas do país e do governo. O importante é discernir se esses políticos que propõem mudanças o fazem a serviço da melhoria de vida da maioria da população ou se pensam apenas neles e na elite social a que pertencem.
Em geral, é a população que sofre no dia a dia as precárias condições dos serviços públicos de saúde, de educação e do transporte inadequado. Em nossas cidades precisamos de mudanças profundas na organização e serviços à sociedade. Não podemos nos iludir de que tais transformações dependam apenas de pessoas a serem eleitas. É a própria organização social e política do Brasil que está em questão.
2 – Critérios que poderão ser úteis para participarmos bem dessas próximas eleições:
1o – Como dizia em recente campanha educativa de várias entidades: “voto não se vende, nem se negocia” ou “voto não tem preço, tem consequência”. O voto deve ser dado conforme nossa consciência e não por qualquer outro motivo, como parentesco, apadrinhamento, interesse de emprego ou qualquer outra razão.
2o - Em um regime de eleições proporcionais como é o caso atualmente, queiramos ou não, o voto é dado em primeiro lugar ao partido do candidato e somente vai para o candidato escolhido, se o partido tiver o necessário quociente eleitoral. Essa é a legislação em vigor. Assim sendo, mais ainda, é importante que a nossa escolha seja consciente por concordarmos com o que aquele partido escolhido por nós propõe como programa para o país.
3o – É comum que as campanhas sejam feitas na base de promessas e propagandas, muitas vezes sedutoras e enganosas. Devemos sempre analisar o interesse dos meios de comunicação de massa e também a vida anterior dos candidatos em questão, para discernir se as promessas feitas agora correspondem ao que ele tem feito e se não se trata de propaganda enganosa.
4o – Nenhum candidato é perfeito ou preenche todas as condições desejáveis. Às vezes, o candidato tem propostas que nos agradam no plano da moral pessoal e institucional. No entanto, está ligado a interesses dos grandes latifundiários na concentração de terra, na oposição à Reforma Agrária e à demarcação de terras indígenas. Apresenta-se como cristão tradicional, mas não tem posição clara em relação à defesa da vida desde sua concepção até seu fim natural. Para resolver o problema da violência urbana, propõe a diminuição da idade penal, é a favor da pena de morte e assim por diante. Temos sempre de julgar no conjunto e não vendo apenas um aspecto.
5o – O cristão vive, pensa e age a partir de sua fé. A fé o conduz a trabalhar pelo bem comum. Isso requer organização e participação cidadã. É preciso discernir os partidos e candidatos a partir dos seus princípios éticos, sociais e religiosos e se estão dispostos a colaborar para o avanço.
 3 – Um olhar para além das eleições de outubro
Devemos participar de forma justa e lúcida nessa campanha, assim como participar corretamente dessas próximas eleições. No entanto, para não sofrermos mais decepções, é importante relativizar esse processo eleitoral e sabermos como nos conduzirmos para além desse momento. Atualmente, a parte mais sadia da sociedade brasileira e dos movimentos sociais têm consciência de que sem uma profunda Reforma Política não conseguiremos vencer a corrupção e estabelecer as bases profundas de uma sociedade mais justa e igualitária. Para isso, a CNBB, OAB e várias outras entidades da sociedade civil propõem um Projeto de Lei de Iniciativa Popular, visando elementos necessários para uma reforma política. Os movimentos sociais organizados preveem para a Semana da Pátria a realização de um Plebiscito Popular no qual o povo brasileiro será consultado se deseja a criação de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva para a Reforma Política e Soberana.
Como cristãos, devemos apoiar e participar dessas iniciativas que visam a transformação justa da sociedade e da organização do Estado. Como escreveu São Paulo: “Estejam atentos para a maneira como vocês vivem. Não sejam ingênuos, mas pessoas sensatas. Aproveitem bem o tempo, porque esses dias são maus… (Em meio a essa realidade), procurem compreender a vontade do Senhor” (Ef 5, 15 e 17).
Concluo recomendando a leitura da carta dos bispos do Brasil, que se encontra no site da CNBB (www.cnbb.org.br), aprovada na última Assembleia Geral em Aparecida-SP, cujo título é: “PENSANDO O BRASIL: DESAFIOS DIANTE DAS ELEIÇÕES 2014” (Desafios da realidade sociopolítica).
Deus os/as abençoe e os/as ilumine nesse caminho.
Dom Antônio Fernando Saburido
Arcebispo de Olinda e Recife

# Novena ao Santíssimo Sacramento

Novena ao Santíssimo Sacramento - Adoração Eucarística
Orações Preparatórias para todos os dias: Bendito e amado seja o Santíssimo Sacramento do Altar, e a Imaculada Conceição de Maria Santíssima, Mãe de Deus e Senhora nossa, concebida sem pecado original no primeiro instante de seu ser. Amém.
Ato de contrição: Dulcíssimo Jesus Sacramentado, em quem creio, em quem espero, a quem adoro e amo sobre todas as coisas; Cheio da mais viva dor de ter-vos ofendido, recorro a vossos pés e presença santíssima, conhecendo que tenho pecado diante do céu e contra Vos, e por ser quem sois, Bondade infinita, me pesa uma e mil vezes de ter-vos ofendido. Recebei, Senhor, a contrição de meus pecados, e aumentai e tornai perfeita, para que seja firme o propósito que tenho de nunca mais voltar a ofender-vos, e de me confessar devidamente. E em reconhecimento da vossa misericórdia, espero que me conceda a vossa graça, quero dedicar-me a vosso serviço no Santíssimo Sacramento, onde os amarei e bendizerei por toda a minha vida. Amém.
Orações finais para todos os dias
Rezar a oração do dia correspondente
Rezar seis Pai-Nossos, seis Ave-Maria e seis glórias ao Santíssimo.
Ao final as seguintes orações
Adoração: Vós sois meu Deus, e vos confessarei sempre neste Santíssimo Sacramento. Vós sois meu Deus, e vos exaltarei. Os confessarei sempre, porque os haveis dignado ouvir minhas súplicas neste lugar de propiciação. Glorificarei vosso santo NOME eternamente, porque assim manifestais sobre mim vossa misericórdia. Vós sois Deus, e não há outro fora de Vos. Vós sois Santo, sois Senhor, e sois Altíssimo. Vós sois esplendor do Pai e figura de sua substância. Iluminai meu entendimento e abrasai meu coração com vosso divino amor.
Fazer aqui o pedido que se deseja alcançar com a Novena.
Propósitos:
Fazer um exame de consciência, para descobrir todas as vezes em que participou da comunhão em estado de pecado, e pedir a Deus perdão por receber o Próprio Deus com a alma em pecado.
Meditar nas vezes em que não teve o devido respeito perante o Real Corpo de Cristo na Hóstia Consagrada.
Fazer um firme propósito de adorar Jesus Sacramentado de todo o coração e de todo o entendimento.
Procurar arrancar da vida todas as ocasiões de pecado para viver na graça de Deus.
Fazer uma boa confissão antes de receber o Corpo e Sangue de Jesus.
Oração: Dulcíssimo Jesus Sacramentado, que obrigado por vossa infinita caridade quisisteis enriquecer a Igreja com o preciosíssimo tesouro de vosso Corpo e Sangue para ser na Eucarístia o Rei que nos governa, Pastor que nos dirije, Médico que nos ama, Hóspede que nos enriquece, Amigo que nos consola, e Esposo que nos faz felizes para sempre; Fazei, Senhor, que eu consiga neste Sacramento tão singulares misericórdias, e que reconhecendo nele vossa real presença, corra a adorar-vos frequentemente em Espírito de verdade para desagravar-vos do sofrimento que padeceis nas Igrejas, e para recompensar as injúrias que recebeis dos infiéis e hereges, e dos maus cristãos com suas comunhões sacrílegas. e já que são tão pobres meus afetos, eu vos ofereço todas as adorações que vos tributam os bem-aventurados, e as adorações que os dei na terra, e vos está dando no céu a Rainha dos Anjos Maria Santíssima. recebei-me, Senhor, por perpétuo escravo vosso, e fazei com que eu vos adore com reverência,e no céu continue a dar-vos adorações, pedindo-vos que socorrais as necessidades em que se encontra a Santa Igreja, e que olheis com perpétua misericórdia para este vosso católico povo. Destrui as heresias, convertei aos pecadores e aperfeiçoai aos justos. Abri, Senhor, vossa mão generosíssima, e compadecido de minhas necessidades espirituais e temporais, dai-me o remédio que em tudo necessito, que, santificado com vossa graça, vos adore por todos os séculos na glória. Amém.
Oh! sacrifício e hóstia salutar
Que as portas do céu nos sejam abertas!
A luta nos oprime formidavelmente;
Todo nosso favor e esforço sejam para defesa de vossa glória.
Nos desteis, Senhor, o Pão do céu. Que encerra em si todo deleite.
Oração Final: Oh! Deus, que nos desejaste a memória de tua Paixão neste admirável Sacramento; concedei-nos que de tal sorte veneremos os sagrados mistérios de teu corpo e sangue, que experimentemos continuamente em nós o fruto de tua redenção. Que vives e reinas com Deus Pai em unidade do Espírito Santo, Deus por todos os séculos dos séculos. Amém.
Soberano e eterno Deus, em cuja presença estão cheios de respeito os mais altos Serafins; e maravilhados de vossa infinita grandeza não fazem mais que repetir: Santo, Santo, Santo; Que haveis querido encerrar na Sagrada Eucaristia todas vossas perfeições: Digna-vos receber em sinal de meu agradecimento todas as adorações que vos deram e dão todos os espíritos bem-aventurados desde sua criação, e todos os santos desde que entraram em vossa glória, e as que vos dão e darão todas as criaturas desde o princípio do mundo por toda a eternidade; Vos peço humildemente que, ilumineis minha alma com uma fé muito viva, para que conhecendo vossas finezas no Santíssimo Sacramento, sejam tributados continuas ações de graças e a mais profunda adoração. Amém.
Soberano Senhor e Rei eterno, que, estando no céu a direita do Pai como universal Imperador, e Senhorio sobre todos os Santos, e espíritos bem-aventurados, cantando-vos perpétuas adorações, e reconhecendo-vos por verdadeiro Rei e Senhor, quisesteis humilhar-vos no Santíssimo Sacramento do altar, encubrindo toda vossa grandeza, vos suplico com a maior humildade venha a minha alma, como poderoso Rei; Destruas todos meus inimigos, que são meus vícios, e imprimas firmemente vossas divinas leis, e prometo ser-vos fiel, obedecer-vos e adorar-vos em espírito e verdade por toda minha vida. Amém.
Dulcíssimo Senhor e vigilante Pastor de minha alma, que não contente em ter-me buscado e levado sobre vossos ombros como ovelha perdida, quisesteis dar-vos no Santíssimo Sacramento, para dar-vos em alimento as fiéis ovelhas e que comessem a mesma carne, e bebessem o preço so sangue de vosso sagrado corpo, cumprindo desta maneira e com excelência os oficios de verdadeiro Pastor, fazei que arrependido já de ter-vos feito trabalhar em buscar-me, por ter fujido de Vos tantas vezes, de aqui em diante me deixe guiar e governar por vossa graça, e apascentada minha alma com tão divino manjar, jamais volte a cair nas garras da fera péssima da culpa. Amém.
Amabilíssimo Senhor e Jesus meu, que quisesteis dar a conhecer vossa misericórdia chamando-vos Médico e para que sarassemos de todas as enfermidades de nossa alma os dignasteis deixar na Igreja a preço sa medicina de vossa própria carne e sangue : Compadece-vos Médico divino de todos meus males. Olhai Senhor, que faz muitos anos que os padeço; mas se vós quereis, podeis neste instante mesmo limpar-me de toda minha lepra: vejo interiormente aquele e piedoso gesto com que sarasteis ao leproso; e sarou também a enferma do fluxo de sangue, tocando o vosso manto, sare eu de todas as minhas culpas, recebendo dignamente vossa carne, e ganhe assim a saúde para sempre. Amém.
Sapientíssimo Senhor e Mestre de minha alma, que depois de ter falado tantas vezes e de tantas maneiras a vosso antigo povo por meio dos profetas quisesteis falar e ensinar por Vos mesmo aos filhos da Igreja, estabelecendo vossa perpétua cátedra no Santíssimo Sacramento, onde como verdadeiro monte de Deus e casa de Jacó convidais a todos para que os ouçam, comunicando os tesouros de sabedoria e ciência que em Vos se encerram; apiedai-vos, o dulcíssimo Mestre meu, de minha rudeza e ignorância, e digna-vos comunicar a meu entendimento luz para que aprenda a cumprir vossos mandamentos, ensinando-me ao mesmo tempo a conhecer Vos e a conhecer me, para que em tudo sempre execute vossa divina vontade. Amém.
Onipotente Senhor e Pai amabilíssimo, que sendo dono universal de toda a criação tem tanto amor aos homens, que os adotais por filhos, e quereis que o sejam e se chamem assim, preparando-lhes na mesa divina o pão do céu para seu alimento: Despertando minha alma do pecado em que há vivido, me apresento a vossa soberana presença, qual se fosse aquele e pródigo do Evangelho recurro a Vos confiando que sois meu Pai, ainda que tenha perdido tantas vezes a preço sa qualidade de filho vosso. Oh! se pudesse dar uma voz de verdadeira dor aos meus pecados, que penetrando os céus se ouviriam por todas partes que tive pecado contra meu bom Pai! Humildemente vos peço me perdoeis, e me recebais em vossa graça, admitindo-me ao convite de vosso divino Sacramento, para permanecer nele até o fim de minha vida. Amém.
Benigníssimo Senhor e hóspede divino de minha alma, que sendo os céus curto espaço para vossa grandeza, gostais de hospedar-vos na pobre casa de meu coração, e para salvar-me haveis querido dar-vos no Santíssimo Sacramento, digna-vos, Senhor, que assim como enriquecesteis a Rainha dos Anjos, Maria Santíssima com inumeráveis graças e dons, porque a escolhesteis para morada vossa, derraméis sobre mim as riquezas de vossas misericórdias para que, sendo eu templo vosso, possa receber vos dignamente, e conservar sempre em mim a santidade que necessito. Amém.
Deus e Senhor enamorado das almas, já que tanto nos assegurais que tendes todas as delícias em estar com os homens, e em sinal de tanta fineza dissesteis a os Apóstolos depois de haver-lhes dado a Comunhão : " já não os chamarei servos, mas sim amigos meus "; E vós mesmo dissestes deste Sacramento a todos os cristãos que os recebem dignamente. Por esta amizade, Senhor, vos peço que exciteis em meu coração os mais vivos afetos de amor e de ternura para que não ame outra coisa senão a Vos, nem pense em outra coisa mas que em visitar-vos e adorar-vos, agrandando-me sempre com o trato de tão bom Amigo, até que goze de vossa clara visão na glória. Amém.
Começar com as orações preparatórias para todos os dias. Dulcíssimo Jesus Sacramentado, que haveis querido na Sagrada Eucaristia assinalar-vos com os títulos de maior consolo para nós, querendo também que neste mistério vos reconheçamos por Esposo fiel e amante de nossas almas; fazei Senhor, que eu corresponda a tanta fineza, e que me prepare com as vestiduras nupciais para assistir dignamente a tão santo casamento, e poder celebrar depois eternamente na glória. Amém.