quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

# Catequese sobre o Ano Santo, ou Ano Jubilar

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1.       O que é o ano Jubilar:
Também chamado de Ano Santo, é o período de aproximadamente um ano em que se celebra um acontecimento ou fato de destaque para os cristãos. O primeiro Ano Santo foi celebra em 1300, por iniciativa do Papa Bonifácio VIII. Ele planejou um Ano Santo a cada cem anos, mas, a partir de 1475, passou a ser celebrado a cada vinte e cinco anos; assim, mais pessoas podem participar dele. Até hoje foram celebrados vinte e cinco Anos Santos ordinários, sendo o último o Jubileu do ano 2000. Jubileu -> é uma indulgência plenária (remissão plena das penas temporais, perdão), solene e geral, realizada pela religião Católica, onde o Papa concede aos católicos em diversas solenidades. Jubileu é também o nome da solenidade em que se recebeu a indulgência plenária.
2.       Existem Jubileus Extraordinários:
Sim. O Papa pode convoca-los por motivos especiais, sempre tendo em vista o bem e a conversão dos cristãos e das pessoas de boa vontade. O ultimo Ano Santo Extraordinário foi os dos 1950 anos da Redenção, em 1983, convocado pelo Papa São João II.
3.       Qual é o motivo, pelo qual o Papa Francisco abriu o Ano Extraordinário da Misericórdia:
Palavras do Papa Francisco: Foi por isso que proclamei um Jubileu Extraordinário como tempo favorável para a Igreja, a fim de se tornar mais forte e eficaz o testemunho dos crentes.
4.       Quando começou e quando termina o Ano Extraordinário da Misericórdia:
“Decidi convocar um Jubileu Extraordinário que tenha o seu centro na Misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia. (…) Este Ano Santo iniciar-se-á na próxima Solenidade da Imaculada Conceição e concluir-se-á a 20 de novembro de 2016.”
5.       O que é a Porta Santa:
Uma Porta Santa é uma porta especial em uma catedral ou em uma basílica, que é aberta apenas nos anos jubilares.
6.       Quando se abre uma Porta Santa?
Em geral, isso deveria acontecer a cada 25 anos (intervalo entre os anos santos ordinários). Mas pode ser aberta durante anos “extraordinários”, como fez João Paulo II em 1983. O Papa Francisco decidiu inaugurar o Ano Santo da Misericórdia, abrindo a Porta em 8 de dezembro de 2015; ela ficará aberta até 20 de novembro de 2016. O dia 8 de dezembro foi escolhido por ser a solenidade da Imaculada Conceição e marcar os 50 anos da clausura do Concílio Vaticano II.
7.       E como o Papa abre a Porta Santa?
Até pouco tempo atrás, o Papa batia na parede de tijolos três vezes com um martelo, e depois o muro era destruído e a porta, aberta. Mas depois que alguns tijolos atingiram o Papa Paulo VI, decidiu-se, com João Paulo II, retirar o muro antes e deixar que o Papa simplesmente abrisse a porta.
8.       Onde estão essas portas?
Fora a Porta Santa da Basílica de São Pedro, cada uma das demais basílicas maiores romanas tem uma Porta Santa, que será aberta nas próximas semanas. Mas o Papa Francisco oferece algo novo: cada bispo tem permissão de designar uma porta da sua diocese como Porta Santa. Portanto, todos os católicos têm acesso a uma Porta Santa em sua diocese ou nos principais santuários do seu país.
9.       O que precisamos fazer para bem viver o Ano Santo?
Vivendo de maneira concreta
Uma maneira concreta para viver o Ano Santo é a prática das obras de misericórdia corporais e espirituais. O Papa Francisco expressou seu vivo desejo de que os cristãos reflitam essas práticas e despertem da indiferença diante da pobreza, já que “os pobres são os privilegiados da misericórdia divina”.
10.   Quais as Obras de Misericórdia:
Obras de Misericórdia Corporais e Espirituais
O convite é, portanto, de uma redescoberta. São obras de misericórdia corporais: dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos e enterrar os mortos.
Obras de misericórdia espirituais são: aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas molestas e rezar a Deus pelos vivos e defuntos.
11.   O que é Indulgência? E quais as condições para receber?
Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos.
N. 2. A indulgência é parcial ou plenária, conforme libera parcial ou totalmente da pena devida pelos pecados.
N. 3. As indulgências, ou parciais ou plenárias, podem sempre aplicar-se aos defuntos por modo de sufrágio.
Para adquirir a indulgência plenária é preciso fazer uma obra enriquecida de indulgência e preencher as seguintes três condições: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice. Requer-se além disso rejeitar todo o apego ao pecado, qualquer que seja, mesmo venial. Se falta essa plena disposição ou não se cumprem as supramencionadas condições, ficando intacta a prescrição da norma 11 para os que se acham "impedidos", a indulgência será apenas parcial.
12.   Quais locais na nossa Arquidiocese de Olinda e Recife, podemos peregrinar para celebrar o Ano Santo?
Jubileu nos Vicariatos
A arquidiocese estabeleceu, junto com os vigários episcopais, um lugar em cada uma das oito regiões episcopais para que seja celebrado o Ano da Misericórdia. Em cada um desses locais, os fiéis poderão participar da abertura da Porta Santa, viver a graça do jubileu e obter a indulgência.
Vicariato Olinda: Igreja Catedral Santíssimo Salvador do Mundo – Olinda (Dia 13 de dezembro às 9h)
Vicariato Igarassu: Convento de Santo Antônio – Igarassu
Vicariato Vitória: Basílica Nossa Senhora Auxiliadora – Jaboatão dos Guararapes
Vicariato Cabo: Santuário Santo Cristo – Ipojuca (Dia 14 de dezembro às 19h)
Vicariato Recife Norte 1: Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento – Boa Vista e Basílica Nossa Senhora do Carmo – Santo Antônio – Recife
Vicariato Recife Norte 2: Santuário Nossa Senhora da Conceição – Casa Amarela – Recife (Dia 14 de dezembro às 19h)
Vicariato Recife Sul 1: Abrigo Cristo Redentor – Cavaleiro – Jaboatão dos Guararapes

Vicariato Recife Sul 2: Santuário Nossa Senhora dos Prazeres – Jaboatão dos Guararapes

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

# Papa Francisco explica o significado da Porta Santa

Santo Padre, Papa Francisco, dedicou a reflexão de sua catequese na quarta-feira, 18 de novembro, para falar sobre o Jubileu da Misericórdia. Ele explicou a importância da Porta Santa, como sendo um gesto da misericórdia de Deus.


Confira na íntegra suas palavras:
papaPraça São Pedro/Vaticano
Quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Com essa reflexão chegamos ao limiar do Jubileu, que está próximo. Diante de nós está a porta, mas não somente a Porta Santa, outra: a grande porta da Misericórdia de Deus – e essa é uma porta bela! –, que acolhe o nosso arrependimento oferecendo a graça do seu perdão. A porta é generosamente aberta, é preciso um pouco de coragem da nossa parte para cruzar o limiar. Cada um de nós tem dentro de si coisas que pesam. Todos somos pecadores! Aproveitemos esse momento que vem e cruzemos o limiar dessa misericórdia de Deus que nunca se cansa de perdoar, nunca se cansa de nos esperar! Ele nos olha, está sempre próximo a nós. Coragem! Entremos por essa porta!
Do Sínodo dos Bispos, que celebramos no mês de outubro passado, todas as famílias e toda a Igreja receberam um grande encorajamento para se encontrarem no limiar dessa porta aberta. A Igreja foi encorajada a abrir as suas portas para sair com o Senhor ao encontro dos filhos e filhas em caminho, às vezes incertos, às vezes perdidos, nestes tempos difíceis. As famílias cristãs, em particular, foram encorajadas a abrir a porta ao Senhor que espera para entrar, levando sua benção e sua amizade. E se a porta da misericórdia de Deus está sempre aberta, também as portas das nossas igrejas, das nossas comunidades, das nossas paróquias, das nossas instituições, das nossas dioceses, devem estar abertas, para que assim todos possam sair e levar essa misericórdia de Deus. O Jubileu significa a grande porta da misericórdia de Deus, mas também as pequenas portas das nossas igrejas abertas para deixar o Senhor entrar – ou tantas vezes sair o Senhor – prisioneiro das nossas estruturas, do nosso egoísmo e de tantas coisas.
O Senhor nunca força a porta: também Ele pede permissão para entrar. O Livro do Apocalipse diz: “Eu estou à porta e bato. Se alguém escuta a minha voz e me abre a porta, eu virei a ele, cearei com ele e ele comigo” (3, 20). Imaginemos o Senhor que bate à porta do nosso coração! E na última grande visão deste Livro do Apocalipse, assim se profetiza da Cidade de Deus: “As suas portas não se fecharão nunca durante o dia”, o que significa para sempre, porque “não haverá mais noite” (21, 25). Há lugares no mundo em que não se fecham as portas com chave, ainda há. Mas há tantos onde as portas blindadas se tornaram normais. Não devemos nos render à ideia de dever aplicar esse sistema a toda a nossa vida, à vida da família, da cidade, da sociedade. E tão menos à vida da Igreja. Seria terrível! Uma Igreja inospitaleira, assim como uma família fechada em si mesma mortifica o Evangelho e seca o mundo. Nada de portas blindadas na Igreja, nada! Tudo aberto!
A gestão simbólica das “portas” – dos limiares, das passagens, das fronteiras – se tornou crucial. A porta deve proteger, certo, mas não rejeitar. A porta não deve ser forçada, ao contrário, se pede permissão, porque a hospitalidade resplandece na liberdade do acolhimento e se escurece na prepotência da invasão. A porta se abre frequentemente para ver se do lado de fora há alguém que espera e, talvez, não tem a coragem, talvez nem mesmo força de bater.
Quanta gente perdeu a confiança, não tem a coragem de bater à porta do nosso coração cristão, às portas das nossas igrejas…E estão ali, não têm a coragem, tiramos a confiança delas: por favor, que isso nunca aconteça. A porta diz muitas coisas da casa e também da Igreja. A gestão da porta requer atento discernimento e, ao mesmo tempo, deve inspirar grande confiança. Gostaria de dizer uma palavra de gratidão para todos os guardiões das portas: dos nossos condomínios, das nossas instituições cívicas, das próprias igrejas. Muitas vezes, a atenção e a gentileza da portaria são capazes de oferecer uma imagem de humanidade e de acolhimento a toda a casa, desde a entrada. Há de se aprender com estes homens e mulheres, que são os guardiões dos lugares de encontro e de acolhimento da cidade do homem! A todos vocês, guardiões de tantas portas, seja das casas, seja portas das igrejas, muito obrigado! Mas sempre com um sorriso, sempre mostrando o acolhimento daquela casa, daquela igreja, assim o povo se sente feliz e acolhido naquele lugar.
Na verdade, sabemos bem que nós mesmos somos os guardiões e os servos da Porta de Deus e a porta de Deus como se chama? Jesus! Ele nos ilumina sobre todas as portas da vida, incluindo aquelas do nosso nascimento e da nossa morte. Ele mesmo afirmou isso: “Eu sou a porta: se alguém entra através de mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem” (Jo 10, 9). Jesus é a porta que nos faz entrar e sair. Porque o rebanho de Deus é um abrigo, não é uma prisão! A casa de Deus é um abrigo, não é uma prisão e a porta se chama Jesus! E se a porta está fechada, dizemos: “Senhor, abre a porta!”. Jesus é a porta e nos faz entrar e sair.
São os ladrões aqueles que procuram evitar a porta: é curioso, os ladrões procuram sempre entrar por outro lado, pela janela, pelo teto, mas evitam a porta, porque têm intenções más e se infiltram no rebanho para enganar as ovelhas e tirar proveito delas. Nós devemos passar pela porta e ouvir a voz de Jesus: se ouvimos o seu tom de voz, estamos seguros, estamos salvos. Podemos entrar sem medo e sair sem perigo. Nesse belíssimo discurso de Jesus, se fala também do guardião, que tem a tarefa de abrir ao Bom Pastor (cfr Jo 10,2). Se o guardião ouve a voz do Pastor, então abre e faz entrar todas as ovelhas que o Pastor traz, todas, incluindo aquelas perdidas nos bosques, que o bom Pastor foi resgatar. As ovelhas não são escolhidas pelo guardião, pelo secretário paroquial ou pela secretaria da paróquia; as ovelhas são todas enviadas, são escolhidas pelo bom Pastor. O guardião – também ele – obedece à voz do Pastor. Bem, poderíamos bem dizer que nós devemos ser como aquele guardião. A Igreja é a porteira da casa do Senhor, não é a patroa da casa do Senhor.
A Sagrada Família de Nazaré sabe bem o que significa uma porta aberta ou fechada, para quem espera um filho, para quem não tem morada, para quem deve escapar do perigo. As famílias cristãs façam de sua porta de casa um pequeno grande sinal da Porta da misericórdia e do acolhimento de Deus. É justamente assim que a Igreja deverá ser reconhecida, em todo canto da terra: como a guardiã de um Deus que bate, como o acolhimento de um Deus que não te fecha a porta na cara, com a desculpa de que você não é de casa. Com este espírito nos aproximamos do Jubileu: haverá para nós a Porta Santa, mas há a porta da grande misericórdia de Deus! Haja também para nós a porta do nosso coração para receber todos o perdão de Deus e dar, por nossa vez, o nosso perdão, acolhendo todos aqueles que batem à nossa porta.
Fonte: w2.vatican.va