sexta-feira, 20 de novembro de 2015

# Francisco: sacerdotes são “apóstolos da alegria”

Papa Francisco \ Encontros e Eventos


Cidade do Vaticano (RV) – Um padre jamais pode perder suas raízes para não esquecer onde Cristo o chamou, e os formadores não podem esquecer que cada padre tem uma história pessoal que deve ser considerada na hora da formação.
Estas são duas das principais reflexões que o Papa fez na manhã desta sexta-feira (20/11), ao receber os participantes do Congresso que recorda os 50 anos da promulgação de dois Decretos conciliares: Optatam totius (sobre a formação sacerdotal) e Presbyterorum ordinis (sobre o ministério e vida dos presbíteros).
De fato, os Decretos dizem respeito à formação, o ministério e a vida dos sacerdotes. Por isso, dado que “a vocação sacerdotal é um presente que Deus dá a alguns para o bem de todos”, o Papa quis partilhar algumas reflexões acerca da relação entre os padres e as demais pessoas. E expôs seu pensamento em três partes, inspiradas na Carta aos Hebreus: “tirado do meio dos homens”, “constituído em favor dos homens”, “em meio aos irmãos”.
Padres não brotam improvisamente
O sacerdote é um homem que nasce em um certo contexto humano; ali aprende os primeiros valores, absorve a espiritualidade do povo, se habitua às relações. Também os padres têm uma história, não são ‘cogumelos’ que brotam improvisamente na Catedral no dia da ordenação. É importante que os formadores e os próprios padres recordem disso e saibam levar em consideração tal história pessoal ao longo do caminho da formação. Esta deve ser personalizada, porque é a pessoa concreta a ser chamada ao discipulado e ao sacerdócio, lembrando sempre que somente Cristo é o Mestre a ser seguido e ao qual configurar-se”.
Apóstolos da alegria
Reiterando a importância da formação humana, o Pontífice afirmou que um padre em paz consigo mesmo saberá “difundir serenidade” até mesmo nos momentos mais difíceis, “transmitindo a beleza do encontro com o Senhor”.
“Não é normal que um padre seja frequentemente triste, nervoso ou duro de caráter; não está bem e não faz bem, nem ao padre, nem a seu povo. Nós, sacerdotes, somos apóstolos da alegria, anunciamos o Evangelho, a ‘boa nova’”, disse Francisco.
Raízes do chamado
Ao recordar que a família é, por excelência, o fundamental “centro de pastoral vocacional”, Francisco disse que um bom padre é, antes de tudo, “um homem com a sua própria humanidade, que conhece a sua própria história”. 
“Um padre não pode perder as suas raízes, permanece sempre um homem do povo e da cultura que o geraram; as nossas raízes nos ajudam a recordar quem somos e onde Cristo nos chamou”, reforçou o Pontífice.
E prosseguiu: “Nós sacerdotes não caímos do céu, mas somos chamados por Deus, que nos tira “do meio dos homens”, para nos constituir “em favor dos homens”.
“Aí está um ponto fundamental da vida e do ministério dos presbíteros. Respondendo à vocação de Deus, se tornam padres para servir aos irmãos e irmãs”, recordou o Papa, antes de concluir:
“Torna-se sacerdote para estar no meio do povo. O bem que os padres podem fazer nasce, sobretudo, da sua proximidade e de um tenro amor pelas pessoas. Não são filantropos ou funcionários, mas pais e irmãos”.
Atenção aos seminários
De forma espontânea, Francisco refletiu sobre o discernimento vocacional e pediu atenção especial à missão nos seminários. Ao contar uma experiência pessoal de quando era mestre de noviços, ao levar os resultados de uma teste vocacional a uma psiquiatra, o jovem Bergoglio deparou-se com uma resposta que nunca mais esqueceu:
“Padre, você nunca pensou porque existem tantos policiais torturadores? Entram jovens, parecem sãos mas quando se sentem seguros, a doença começa a sair. Aquelas são as instituições fortes que procuram esses doentes inconscientes: a polícia, o exército, o clero...”, revelou o Papa, antes de concluir:
“É curioso, eu quando tenho o faro, quando um jovem é muito rígido, é muito fundamentalista, eu não confio: detrás disso há algo que ele mesmo não sabe... Atenção à missão nos seminários. Atenção”.
Assista em VaticanBR

# Papa: o mundo não entendeu o caminho da paz

Papa Francisco \ Missa Santa Marta


Cidade do Vaticano (RV) - “O mundo inteiro hoje está em guerra para a qual não há justificativa”, disse o Papa Francisco na homilia da missa celebrada nesta quinta-feira (19/11) na Casa Santa Marta.


O Pontífice comentou o Evangelho de Lucas em que Jesus se comove e chora sobre Jerusalém. Jesus se aproximou, e quando viu a cidade, começou a chorar. Depois diz: “Se também você compreendesse hoje o caminho da paz! Agora, porém, isso está escondido aos seus olhos”. O Papa repetiu as palavras de Jesus e acrescentou:
“Mas também hoje, Jesus chora. Porque nós preferimos o caminho das guerras, o caminho do ódio, o caminho das inimizades. Estamos próximos ao Natal: teremos luzes, festas, árvores luminosas e presépio. Tudo falso: o mundo continua fazendo guerras. O mundo não entendeu o caminho da paz.”
Se intuem os sentimentos do Papa Francisco, idênticos aos da maioria das pessoas no mundo nestes dias, nestas horas. Francisco recorda as celebrações recentes sobre a II Guerra Mundial, as bombas de Hiroshima e Nagasaki, a sua visita a Redipuglia no ano passado para o aniversário da Grande Guerra. “Tragédias inúteis”, repete usando as palavras de Bento XVI. “Em todo lugar existe guerra, hoje, existe ódio”, ressalta. Depois faz uma pergunta: “O que permanece de uma guerra, desta, que estamos vivendo agora?
“O que resta? Ruínas, milhares de crianças sem educação, tantos mortos inocentes: tantos!, e muito dinheiro nos bolsos dos traficantes de armas. Jesus disse uma vez: 'Você não pode servir a dois senhores: ou Deus ou as riquezas’. A guerra é a escolha pelas riquezas: “Vamos construir armas, assim a economia vai equilibrar um pouco, e vamos continuamos com os nossos interesses’. Há uma palavra feia do Senhor: 'Malditos'. Porque Ele disse: "Bem-aventurados os pacificadores"!. Estes que trabalham a guerra, que fazem as guerras, são malditos, são criminosos. Uma guerra pode ser justificada - entre aspas - com muitas, muitas razões. Mas quando todo o mundo, como é hoje, está em guerra, todo o mundo: é uma guerra mundial – a pedaços: aqui, ali, lá, em todos os lugares ... - não há nenhuma justificação. E Deus chora. Jesus chora”.
“E enquanto os traficantes de armas fazem o seu trabalho – prossegue Francisco – há os pobres pacificadores que somente para ajudar uma pessoa, outra, outra, outra, dão a vida”. Como fez “um ícone do nosso tempo, Teresa de Calcutá”. Contra quem, observa, “com o cinismo dos poderosos, se poderia dizer. Mas o que fez aquela mulher? Ela perdeu a vida ajudando as pessoas a morrer?”. Não se entende, o caminho da paz ... "
“Nós fará bem também a nós pedir a graça das lágrimas, por este mundo que não reconhece o caminho da paz. Quem vive para fazer a guerra, com o cinismo de dizer para não fazê-la. Peçamos a conversão do coração. Precisamente às portas deste Jubileu da Misericórdia, que o nosso júbilo, a nossa alegria sejam a graça que o mundo reencontre a capacidade de chorar pelos seus crimes, por aquilo que faz com as guerras”.

# Papa Francisco faz dura advertência sobre uma Terceira Guerra Mundial

" Estes que trabalham a guerra, que fazem guerra, são malditos, são criminosos ", disse o Papa em
homilia 

WEB - Pope Francis General Audience - © Antoine Mekary - ALETEIADSC6016
                                                                                                                      Antoine Mekary - Aleteia

De nada adianta um Natal cheio luzes, festas, árvores luminosas, se o mundo continua fazendo guerras. Esta foi a advertência que o Papa Francisco fez hoje em sua homilia em Santa Marta.
O Papa comentou o Evangelho de Lucas em que Jesus se comove e chora sobre Jerusalém. Jesus se aproximou, e quando viu a cidade, começou a chorar. Depois diz: “Se também você compreendesse hoje o caminho da paz! Agora, porém, isso está escondido aos seus olhos”.
O Papa repetiu as palavras de Jesus e acrescentou: “Mas também hoje Jesus chora. Porque nós preferimos o caminho das guerras, o caminho do ódio, o caminho das inimizades. Estamos próximos ao Natal: teremos luzes, festas, árvores luminosas e presépio. Tudo falso: o mundo continua fazendo guerras. O mundo não entendeu o caminho da paz.”
Francisco recordou as celebrações recentes sobre a II Guerra Mundial, as bombas de Hiroshima e Nagasaki, a sua visita a Redipuglia no ano passado para o aniversário da Grande Guerra.
“Tragédias inúteis”, repete usando as palavras de Bento XVI. “Em todo lugar existe guerra, hoje, existe ódio”, ressalta. Depois faz uma pergunta: “O que permanece de uma guerra, desta, que estamos vivendo agora?
“O que resta? Ruínas, milhares de crianças sem educação, tantos mortos inocentes: tantos!, e muito dinheiro nos bolsos dos traficantes de armas. Jesus disse uma vez: ‘Você não pode servir a dois senhores: ou Deus ou as riquezas’. A guerra é a escolha pelas riquezas: ‘Vamos construir armas, assim a economia vai equilibrar um pouco, e vamos continuamos com os nossos interesses’.”
“Há uma palavra feia do Senhor: ‘Malditos’. Porque Ele disse: “Bem-aventurados os pacificadores”!. Estes que trabalham a guerra, que fazem as guerras, são malditos, são criminosos. Uma guerra pode ser justificada – entre aspas – com muitas, muitas razões. Mas quando todo o mundo, como é hoje, está em guerra, todo o mundo: é uma guerra mundial – a pedaços: aqui, ali, lá, em todos os lugares … – não há nenhuma justificação. E Deus chora. Jesus chora”, disse o Papa.
“E enquanto os traficantes de armas fazem o seu trabalho – prossegue Francisco – há os pobres pacificadores que somente para ajudar uma pessoa, outra, outra, outra, dão a vida”. Como fez “um ícone do nosso tempo, Teresa de Calcutá”. Contra quem, observa, “com o cinismo dos poderosos, se poderia dizer. Mas o que fez aquela mulher? Ela perdeu a vida ajudando as pessoas a morrer?”. Não se entende, o caminho da paz … ”
“Nós fará bem também a nós pedir a graça das lágrimas, por este mundo que não reconhece o caminho da paz. Quem vive para fazer a guerra, com o cinismo de dizer para não fazê-la. Peçamos a conversão do coração. Precisamente às portas deste Jubileu da Misericórdia, que o nosso júbilo, a nossa alegria sejam a graça que o mundo reencontre a capacidade de chorar pelos seus crimes, por aquilo que faz com as guerras”.


terça-feira, 17 de novembro de 2015

# Retiro dos Coroinhas da Capela - “ SERVIR COM AMOR É SEMPRE BOM “



CAPELA SÃO JOÃO BATISTA
Camaragibe – PE
Vera Cruz – Aldeia
Retiro dos Coroinhas da Capela São João Batista – “ SERVIR COM AMOR É SEMPRE BOM “
“Cada um exerça o dom que recebeu para servir os outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas.”
1 Pedro 4:10

PROGRAMAÇÃO:

MANHÃ:
è 9 h  – Chegada; acolhida
è 9 h 30 – Oração do terço na capela
è 10 h  – Intervalo
è 10 h 15 – TEMPOS LITÚGICOS ( Manual do Coroinha )
è 11 h 45 – Livre

TARDE:

è 12 h – Almoço
è 13 h  – ANO LITÚRGICO ( Youcat  185 – 186 )
è 13 h 40 – Intervalo
è 14 h – LIBERDADE (Youcat 49, 51, 68, 125, 289, 287.)
è 15 h – Intervalo
è 15 h 10 – Deserto ( Textos Bíblicos para reflexão: Mt 10, 45; Jo 12, 26; Heb 6, 10; Lc 22, 27; Rom 12, 10. ) - “ Servir com amor é sempre bom “
è 15 h 50 – Momento Partilha do DESERTO
è 16 h 20 – Cronograma e conclusões
è 16 h 30 – Livre
è 17 h – SANTA MISSA DE ENCERRAMENTO

“Mas guardem fielmente o mandamento e a lei que Moisés, servo do Senhor, deu a vocês, que amem o Senhor, o seu Deus, andem em todos os seus caminhos, obedeçam aos seus mandamentos, apeguem-se a ele e o sirvam de todo o coração e de toda a alma".


Josué 22:5

# Papa: A mundanidade destrói a identidade cristã


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco começou a semana celebrando a missa na capela da Casa Santa Marta.
O Pontífice comentou a primeira leitura do dia, extraída do Livro dos Macabeus, que fala de uma “raiz perversa” que surgiu naquelas dias: o rei helenista Antíoco Epífanes impõe os hábitos pagãos a Israel, ao “Povo eleito”, isto é, à “Igreja daquele momento”.
Francisco descreveu “a imagem da raiz que está sob a terra”. A “fenomenologia da raiz” é esta: “Não se vê, parece não machucar, mas depois cresce e mostra a própria realidade”. “Era uma raiz razoável”, que impulsionava alguns israelitas a se aliarem com as nações vizinhas para se protegerem: “Por que tantas diferenças? Porque desde que nos separamos deles, muitos males caíram sobre nós. Unamo-nos a eles”.
O Papa explicou esta leitura com três palavras: “Mundanidade, apostasia, perseguição”. A  mundanidade é fazer aquilo que faz o mundo. É dizer: “Vamos leiloar a nossa carteira de identidade; somos iguais a todos”. Assim, muitos israelitas “renegaram a fé e se afastaram da aliança sagrada”. E aquilo “que parecia tão razoável – ‘somos como todos, somos normais’ – se tornou a destruição”:
Veja em VaticanBR
“Depois o rei prescreveu em todo o seu reino que todos formassem um só povo, um pensamento único; a mundanidade, e que cada um abandonasse os próprios costumes. Todos os povos seguiram as ordens do rei; até mesmo muitos israelitas aceitaram o seu culto: sacrificaram aos ídolos e profanaram o sábado. A apostasia, ou seja, a mundanidade leva ao pensamento único e à apostasia. As diferenças não são permitidas: todos iguais. E na história da Igreja, na história vimos, penso num caso, que foi mudado o nome das festas religiosas. O Natal do Senhor tem outro nome para cancelar a identidade.”
Em Israel foram queimados os livros da lei “e se alguém obedecia a lei, a sentença do rei o condenava à morte”. "Eis a perseguição, iniciada de uma raiz venenosa. Sempre me chamou a atenção", disse o Papa, "que o Senhor, na última ceia, naquela longa oração rezasse pela unidade dos seus e pedia ao Pai que os libertasse de todo espírito do mundo, de toda mundanidade, porque a mundanidade destrói a identidade; a mundanidade leva ao pensamento único":
Começa de uma raiz, mas é pequena, e termina na abominação da desolação, na perseguição. Este é o engano da mundanidade. Por isso, Jesus pedia ao Pai, naquela ceia: Pai, não te peço que os tire do mundo, mas que os proteja do mundo”, desta mentalidade, deste humanismo que vem tomar o lugar do homem verdadeiro, Jesus Cristo, que vem nos tirar a identidade cristã e nos leva ao pensamento único: ‘Todos fazem assim, por que nós não?’. Nesses tempos, isso nos deve questionar: como é a minha identidade? É cristã ou mundana? Ou me declaro cristão porque quando criança fui batizado ou nasci num país cristão, onde todos são cristãos? A mundanidade que entra lentamente, cresce, se justifica e contagia: cresce como aquela raiz, se justifica – ‘mas façamos como todos, não somos tão diferentes’ -, busca sempre uma justificativa  e, no final, contagia e tantos males vêm dali”. 
“A liturgia, nestes últimos dias do ano litúrgico” – finaliza o Papa – nos exorta a prestar atenção às “raízes venenosas” que “afastam do Senhor”:
“E peçamos ao Senhor pela Igreja, para que o Senhor a proteja de todas as formas de mundanidade. Que a Igreja sempre tenha identidade emitida por Jesus Cristo; que todos nós tenhamos a identidade que recebemos no batismo, e que esta identidade, para querer ser como todos, por motivos de ‘normalidade’, não seja jogada fora. Que o Senhor nos dê a graça de manter e proteger a nossa identidade cristã contra o espírito da mundanidade que sempre cresce, se justifica e contagia”. (BF/MJ/RB)

# Papa: reunião com a Cúria sobre migrantes e diálogo com o Islã


Cidade do Vaticano (RV) – Migrantes e diálogo inter-religioso, em particular com o mundo muçulmano: estes foram os principais temas discutidos na reunião do Papa com os chefes dos dicastérios da Cúria romana, nesta segunda-feira (16/11).
“São temas que já haviam decidido há algum tempo”, precisou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi. “Não se tratou de uma reunião inter-dicasterial sobre a reforma” da Cúria, explicou ainda o porta-voz do Vaticano.
Em relação às discussões sobre a relação com o Islã, não foi uma decisão tomada após os atentados de Paris, mas já havia sido proposto antes pelo  presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran.
A reunião do Pontífice com a Cúria Romana acontece, em média, a cada 6 meses.
(Ansa/RB)

    # Francisco: cristãos não devem ter vida dupla, evitar mundanidade


    Cidade do Vaticano (RV) – Proteger-se da mundanidade que nos “leva a uma vida dupla”. Esta é a advertência que o Papa Francisco fez na Missa matutina na Casa Santa Marta esta terça-feira (17/11). O Pontífice reiterou que, para preservar a identidade cristã, é preciso ser coerente e evitar as tentações de uma vida mundana:
    O velho Eleazar “não se deixa enfraquecer pelo espírito da mundanidade” e prefere morrer a se render à apostasia do “pensamento único”. O Papa se inspirou na primeira Leitura, extraída do Segundo Livro dos Macabeus, para novamente advertir os cristãos das tentações da vida mundana. Eleazar, já com 90 a anos, não aceitou comer carne suína como lhe pediam seus “amigos mundanos”, preocupados em salvar-lhe a vida. Ele, observou Francisco, mantém a sua dignidade “com aquela nobreza” que “provinha de uma vida coerente, vai ao martírio, e testemunha”.
    A mundanidade nos afasta da coerência da vida cristã
    “A mundanidade espiritual nos afasta da coerência de vida, nos faz incoerentes”, uma pessoa "finge ser de certa maneira, mas vive de outra”. E a mundanidade, acrescentou, “é difícil conhecê-la desde o início, porque é como a traça que lentamente destrói, degrada o tecido e depois aquele tecido” se torna inutilizável e “aquele homem que se deixa levar pela mundanidade perde a identidade cristã”:
    “A traça da mundanidade destruiu a sua identidade cristã, é incapaz de coerência. ‘Oh, eu sou tão católico, padre, vou à missa todos os domingos, sou tão católico’. E depois vai trabalhar, exercer a sua profissão: ‘Mas se comprar isto, fazemos esta propina e fica com ela’. Isso não é coerência de vida, isso é mundanidade, para dar um exemplo. A mundanidade leva a uma vida dupla, aquela que aparece e aquela que realmente é, e afasta de Deus e destrói a identidade cristã”. 
    Tentações mundanas
    Por isso, prosseguiu, Jesus é “tão forte” quando pede que o Pai salve os discípulos do espírito mundano, “que destrói a identidade cristã”. Um exemplo de baluarte contra este espírito é o próprio Eleazar que pensa aos jovens, os quais, se tivessem cedido ao espírito mundano, teriam se perdido por sua culpa:
    “O espírito cristão, a identidade cristã, não é nunca egoísta, procura sempre proteger com a própria coerência, proteger, evitar o escândalo, cuidar dos outros, dar um bom exemplo. ‘Mas não é fácil, padre, viver neste mundo, onde as tentações são tantas, e a maquiagem da vida dupla nos atenta todos os dias, não é fácil’. Para nós, não só não é fácil, é impossível. Somente Ele é capaz de realizá-lo. E por isso rezamos no Salmo: ‘O Senhor me sustenta’. O nosso sustento contra a mundanidade que destrói a nossa identidade cristã, que nos leva à vida dupla, é o Senhor”.
    Coragem
    É o único que pode nos salvar, disse ainda, e a nossa humilde oração será: “Senhor, sou pecador, na verdade, todos somos, mas peço o seu sustento, me dê seu sustento para que de um lado eu não finja ser cristão e de outro viva como um pagão, como um mundano”:
    “Se vocês tiverem um tempo hoje, peguem a Bíblia, o segundo livro dos Macabeus, sexto capítulo, e leiam esta história de Eleazar. Fará bem, dará coragem para ser exemplo a todos e também dará força e sustento para levar adiante a identidade cristã, sem comprometimentos, sem vida dupla”.

    # Papa fala sobre o retorno de Jesus no fim dos tempos

    Francisco explicou que o cristão não deve se preocupar quando acontecerão os sinais dos últimos tempos mas, se preparar para o encontro com Jesus

    Da Redação, com Rádio Vaticano
    Papa Francisco durante oração mariana do Angelus neste domingo, 15/ Foto: CTV
    Papa Francisco durante oração mariana do Angelus neste domingo, 15. / Foto: CTV
    Na reflexão que antecede a oração mariana do Angelus, o Papa Francisco meditou sobre o Evangelho deste penúltimo domingo do ano litúrgico que propõe uma parte do discurso de Jesus sobre os eventos últimos da história humana, voltada para o cumprimento do reino de Deus. O pontífice observou que trata-se de um discurso que Jesus fez em Jerusalém antes de sua última Páscoa.
    Francisco frisou que este discurso de Jesus contém alguns elementos apocalípticos, como guerras, penúrias, catástrofes cósmicas, todavia, estes elementos não são a coisa essencial da mensagem.
    “O núcleo central em torno do qual gira o discurso de Jesus é Ele mesmo, o mistério da sua pessoa e da sua morte e ressurreição, e o seu retorno no fim dos tempos. A nossa meta final é o encontro com o Senhor ressuscitado”, lembrou Francisco que prosseguiu com uma pergunta.
    “Gostaria de perguntar-lhes quantos de vocês pensam nisso? Haverá um dia em que eu encontrarei o Senhor face a face. Esta é a nossa meta, esse encontro. Não esperamos um tempo ou um lugar, mas caminhamos ao encontro de uma pessoa: Jesus.”
    Portanto, explicou, “o problema não é ‘quando’ acontecerão esses sinais premonitórios dos últimos tempos, mas o fazer-se encontrar preparados para o encontro. E não se trata nem mesmo de saber ‘como’ se darão essas coisas, mas ‘como’ devemos comportar-nos, hoje, à espera desse encontro”.

    Esperança cristã

    Francisco explicou que somos chamados a viver o presente, construindo o futuro com serenidade e confiança em Deus e que a perspectiva do fim não distrai a nossa atenção da vida presente, mas nos faz olhar para nossos dias numa ótica de esperança.
    “É aquela virtude tão difícil de ser vivida: a esperança, a menor das virtudes, mas a mais forte. E a nossa esperança tem um rosto, o rosto do Senhor ressuscitado”.

    Presença de Jesus na vida do cristão

    Francisco observou ainda que o Senhor Jesus não é somente o ponto de chegada da peregrinação terrena, mas é uma presença constante na nossa vida. “Sempre está ao nosso lado, sempre nos acompanha; por isso, quando fala do futuro, e nos projeta rumo a ele, é sempre para reconduzir-nos ao presente”.
    “Ele se coloca contra os falsos profetas, contra os videntes que preveem próximo o fim do mundo, e contra o fatalismo. Jesus está ao nosso lado, caminha conosco, nos quer bem”, reiterou.

    Horóscopo

    Cristo quer subtrair seus discípulos de todos os tempos da curiosidade pelas datas, as previsões, os horóscopos, e concentra a nossa atenção no hoje da história, prosseguiu.
    “Gostaria de perguntar-lhes, mas não devem responder, cada um responda a si mesmo. Quantos de vocês leem o horóscopo do dia? Calado! Cada um responda a si mesmo. E quando lhe der vontade de ler o horóscopo, olhe para Jesus, que está com você. É melhor, lhe fará bem.”
    O pontífice concluiu dizendo que essa presença de Jesus nos chama à espera e à vigilância, que excluem tanto a impaciência quanto a apatia, tanto o agir precipitadamente quanto o permanecer prisioneiros no tempo atual e na mundanidade.
    Por fim, Francisco pediu que não se esquecessem de rezar por ele e desejou um bom domingo a todos.

    sexta-feira, 6 de novembro de 2015

    # Notícias » Papa: o caminho do Senhor é o da mansidão e paciência

    O Pontífice frisou em sua fala que “o caminho que conduz ao Céu é um caminho difícil de entender porque vai contracorrente, mas o Senhor nos diz que quem segue esse caminho é feliz”

    Notícia publicada em 03/11/2015.
    Papa: o caminho do Senhor é o da mansidão e paciência
    Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco presidiu a missa no domingo, 1.º de novembro, Solenidade de Todos os Santos, no Cemitério Verano de Roma.
    Em sua homilia, o Pontífice frisou que “o caminho que conduz ao Céu é um caminho difícil de entender porque vai contracorrente, mas o Senhor nos diz que quem segue esse caminho é feliz”.
    Francisco refletiu sobre as Bem-aventuranças, passagem do Evangelho de domingo.
    “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”. “Podemos nos perguntar, como pode ser feliz uma pessoa pobre de coração, que tem como único tesouro o Reino dos Céus? A razão é esta: tendo o coração desapegado e livre das coisas mundanas, essa pessoa é esperada no Reino dos Céus”, respondeu o Papa.
    “Bem-aventurados os aflitos porque serão consolados”. Como podem ser felizes as pessoas que choram? Quem na vida nunca sentiu tristeza, angústia e dor, nunca conhecerá a força da consolação. Ao invés, podem ser felizes aqueles que têm a capacidade de se comover, a capacidade de sentir no coração a dor existente em suas vidas e na vida dos outros. Estes serão felizes! Porque a mão tenra de Deus os consolará e os acariciará”, disse ainda o pontífice. 
    “Bem-aventurados os mansos”. “Quantas vezes somos impacientes, ficamos nervosos, sempre prontos para nos lamentar! Temos muitas pretensões em relação aos outros, mas quando cabe a nós, reagimos levantando a voz, como se fôssemos os patrões do mundo, enquanto na realidade somos todos filhos de Deus”, frisou Francisco.
    “Pensemos nas mães e nos pais que são muito pacientes com os filhos que os fazem enlouquecer. Este é o caminho do Senhor: o caminho da mansidão e da paciência. Jesus percorreu esta estrada: desde pequeno suportou a perseguição e o exílio, e depois, de adulto, as calúnias, as armadilhas, as falsas acusações no tribunal, e tudo isso ele suportou com mansidão. Suportou até mesmo a Cruz por amor a nós.”
    “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados”. “Aqueles que têm um forte sentido de justiça, e não somente para com os outros, mas antes de tudo com si mesmo, estes serão saciados, porque estão prontos para acolher a justiça maior, aquela que só Deus pode dar”, disse ainda o Papa.
    “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”. “Felizes aqueles que sabem perdoar, que têm misericórdia para com os outros, que não julgam tudo e todos, mas buscam se colocar no lugar dos outros. O perdão é algo que todos nós precisamos, ninguém está excluído. Por isso, no início da missa reconhecemos o que somos, pecadores. Não é uma maneira de dizer, uma formalidade: é um ato verdadeiro. Se sabemos perdoar os outros somos bem-aventurados.”
    “Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”. “Olhemos o rosto daqueles que semeiam cizânia: são felizes? Aqueles que buscam sempre as ocasiões para enganar, aproveitar dos outros, são felizes? Não, não podem ser felizes. Aqueles que a cada dia, com paciência, buscam semear a paz, estes são artesãos da paz, de reconciliação. Estes são bem-aventurados, porque são verdadeiros filhos de nosso Pai do Céu, que semeia sempre e somente a paz, que mandou seu filho ao mundo como semente de paz para a humanidade.” 
    Francisco disse que este “é o nosso caminho de santidade que é o mesmo caminho da felicidade. É o caminho que Jesus percorreu, aliás, é Ele mesmo o Caminho: quem caminha com Ele e passa através Dele entra na vida, na vida eterna. Peçamos ao Senhor a graça de ser pessoas simples e humildes, a graça de saber chorar, a graça de ser mansos, a graça de trabalhar pela justiça e a paz, e sobretudo a graça de nos deixar perdoar por Deus para nos tornar instrumentos de sua misericórdia”, disse ainda o Santo Padre. 
    “Assim fizeram os santos que nos precederam na pátria celeste. Que eles nos acompanhe em nossa peregrinação terrena, nos encoraje a ir em frente. A sua intercessão nos ajude a caminhar na estrada de Jesus e obtenha a felicidade eterna para os nossos irmãos defuntos, para os quais celebramos esta missa”, concluiu. (MJ)
    Fonte: Rádio Vaticano e http://www.padrereginaldomanzotti.org.br/